Trabalhador da cultura de cana-de-açúcar (CBO 6221-10): Imagine um dia de sol escaldante, com o aroma característico da cana-de-açúcar preenchendo o ar. Esses são os cenários cotidianos vividos pelos trabalhadores da cultura de cana-de-açúcar. Sem a necessidade de um diploma universitário, a formação acontece na prática, com um ano de experiência sendo suficiente para dominar as habilidades necessárias. Esses profissionais atuam ao ar livre, em equipes unidas, supervisionadas ocasionalmente, e enfrentam o desafio de lidar com materiais potencialmente tóxicos. Apesar dos desafios, há uma grande satisfação em ver o fruto do seu trabalho, desde a plantação até a colheita e o beneficiamento da cana.
Remuneração por quartil, Top 10% e Top 5%.
No Sergipe (Estado), foram levantados 1.657 profissionais que atuam como Trabalhador da cultura de cana-de-açúcar, com uma remuneração média que gira em torno de R$ 1,530 e uma carga horária de 44 horas semanais. O primeiro quartil da remuneração se situa em R$ 1,420, enquanto a mediana também fica em R$ 1,530, com o terceiro quartil mantendo o mesmo valor. O topo dos 5% mais bem pagos recebe R$ 2,904.22, demonstrando uma discrepância entre os salários mais baixos e os mais altos.
Com uma remuneração que oscila principalmente entre R$ 1,420 e R$ 1,530, a maioria desses trabalhadores ganha um salário que pode ser considerado baixo no contexto brasileiro, onde remunerações abaixo de R$ 3,000.00 são frequentemente associadas a insatisfação. No entanto, a existência de trabalhadores que recebem até R$ 2,904.22 indica que há espaço para crescimento profissional, embora a margem de progressão seja relativamente limitada. Isso sugere que, com dedicação e experiência, há oportunidades para melhorar a situação financeira, mesmo que o potencial de aumento seja moderado.
O mercado de trabalho para trabalhadores da cultura de cana-de-açúcar em Sergipe tem mostrado sinais de melhora. Até julho de 2025, o saldo de contratações foi de -1,911, representando uma redução de apenas 620 em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o saldo era de -2,531. Embora ainda haja mais desligamentos do que contratações, a tendência mostra uma recuperação gradual na demanda por esses profissionais.
Os setores que mais têm contribuído para as contratações são, surpreendentemente, aqueles que lidam com outras atividades agrícolas. A criação de outros animais não especificados anteriormente lidera com um saldo neutro, seguida pelo cultivo de coco-da-baía e milho, ambos com um saldo de -1. Ainda que os números sejam baixos, eles indicam que há alguma diversificação na busca por mão de obra, além da cana-de-açúcar. O cultivo de bovinos para corte e o serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita também estão contribuindo, com saldos de -26 e -28, respectivamente.
Número de contratações e demissões por trimestre.
Saldo líquido (contratações - demissões) por trimestre.